domingo, 30 de dezembro de 2012

Livros (2) - Ebook Readers

Olá, olá!

Recentemente a linda e superpoderosa Amazon chegou no Brasil e trouxe junto o Lindle, ops, quero dizer, o Kindle, o ebook reader dos sonhos de uma parte não calculada, porém verdadeiramente grande de Ratos de Sebo, Ratos de Estante, Ratos de Biblioteca, Ratos de Livrarias e outros roedores literários.
Como uma boa universitária que faz parte do esteriótipo crássico ( sem grana, sem tempo, sem saco pra coisas não-práticas ), eu estou pulando de êxtase. Sim, de êxtase, já passei pela fase da felicidade, da animação infantil, da comemoração idiota e agora estou atingindo o Nirvana Bibliófilo.

Já a minha vó, como sempre, não entende o motivo dessa euforia toda. Ela acha que esses ebook readers são um grande desperdício de dinheiro. Segundo ela, com os R$ 299,00 que o Kindle custa, você compra milhares de livros (ou milhares de roupas, que, segundo ela, é mais importante.). Além disso, essas maquininhas consomem energia, estragam as vistas, e se quebrarem, matam sua biblioteca toda. Pra ela, o ideal é deixar as coisas como estão: livros bons na estante, livros caros na livraria e livros ruins sendo trocados no sebo.

Eu discordo to-tal-men-te, inegavelmente, grandemente, e todos os advérbios com -mente existentes na nossa amada Língua Brasileira que se encaixem no contexto do meu discurso!
Vamos por partes:

1) O preço:

Sim, é verdade. O Kindle custa 300 pratas. É metade de um salário mínimo. Mas vamos ser sinceros? Tem muita gente que paga quase isso em abadás de micaretas, carnavais, em bebidas na balada de toda sexta-feira, em roupas por mês, em cigarros ( sim, faz sentido, queridos. A pessoa que fuma 1 maço por dia de um cigarro mais barato tipo o Free, que custa uns 5 reais, fuma um Kindle a cada dois meses! ) etc.
Sim, ele poderia ser mais barato? Poderia. Mas o custo-benefício dele está bem na cara para quem costuma comprar livros: Um ebook costuma ser 30% mais barato do que o livro normal ( o que eu acho um absurdo, deveria ser pelo menos 50%, já que não há custos com impressão, transporte, armazenagem etc,mas enfim. ), o que ajuda e muito aos amantes de livros.

Por exemplo, eu tenho um amigo muito querido chamado Thiago que devora livros com uma velocidade surpreendente. Ele deve gastar uns R$ 100,00 em livros por mês, o que dá uns R$ 1200,00 por ano. Com um Kindle, ele, provavelmente, gastaria R$ 360 a menos.

"-Ah, mas o Kindle não custa 300 reais? Então, ele só economizaria 60 por ano!" 

Mas o Kindle você só compra uma vez, não é todo mês ou todo ano! E 30% de desconto  nos livros é a média calculada por uns sites de tecnologia. Eu mesma já encontrei vários livros na Amazon de graça, já vi livros por 3 reais, 5 reais, já baixei clandestinamente livros de graça com traduções e/ou edições perfeitas, iguais a de editoras como Cia das Letras ou Editora 34. Sim, porque tem muita gente que passa seus momentos de folga DIGITANDO os livros "bons", pra garantir que as traduções sejam perfeitas. Um beijo no coração de vocês que fazem isso, seus lindos! <3 
Ou seja, fazendo uma conta bem louca, se ele gastava 100 pratas por mês, ele pode gastar, com um kindle em mãoes, uns 40, se conseguir algumas versões digitadas gratuitas dos livros que ele mais gosta!

(até porque esse meu amigo é apaixonado em bestseller épico tipo Guerra dos Tronos, e esses são incrivelmente tranquilos de se encontrar de graça em sites de ebooks gratuitos!)

Ah, claro, tem também os livros de Domínio Público. Machado de Assis, Dante, José de Alencar, Shakespeare, Cervantes, Monteiro Lobato (em breve), entre outros, são completamente gratuitos. Esse meu amigo AMA Shakespeare. Mais dinheiro economizado pra ele, então!

Além disso, tem muita gente por aí ganhando 2 salários mínimos no máximo com iPhone no bolso. Ou seja, rola um esforço para pagar um aparelho de quase mil reais, e para custear as festas na Lapa, mas não rola 300 parcelados em 10 vezes no cartão para comprar um leitor de livros? Aham, senta lá, Cláudia!

2) Energia

Muita gente vem com o mimimi de que livro em papel é insubstituível por não necessitar de energia elétrica.
Vamos ser sinceros de novo: é verdade, essa é uma incrível vantagem do livro, mas e se eu quiser ler de noite? Ou em um ambiente fechado? E se o dia estiver nublado? Não vou precisar de energia de qualquer jeito? Aliás, para o quê a gente não precisa de energia hoje em dia? Celular, carro, ônibus, lâmpadas, geladeira, fogão, ar condicionado ( ainda mais no Hell de Janeiro! ), postes, os servidores da google, o modem da internet, desfibriladores, enfim, tudo isso precisa de energia elétrica. Pra quê renegar o livro digital só por quê ele também precisa de uma forcinha externa?

Ah, lembrando que a bateria do Kindle dura mais ou menos 15 horas. Não tá bom não? É mais ou menos uma hora de uso por dia durante 15 dias! Nem meu celular dura isso tudo!

3) Faz mal pras vistas.

Kindle e Ipad ampliados em 400X.
Não, não faz. O Kindle, ao contrário de um tablet, de uma tv ou de um celular, usa uma tecnologia super legal chamada e-ink, que imita o papel. De modo resumido, o e-ink é uma espécie de tinta magnética que é direcionada por campos magnéticos internos ao aparelho e vai "desenhando" as letras na tela.


Leitores ávidos já perceberam que uma das melhores folhas que um livro pode ter é a pólen, que não é branca nem brilhante, por isso não força suas vistas. Isso acontece com os e-readers, já que não há luz e o fundo é cinzento.

Por sinal, graças à ausência de luz, você pode ler seus ebooks em um lugar iluminado sem problema, já que ele não reflete a luz.
Para mim, é uma das melhores características do Kindle, já que eu estou em um relacionamento sério com a Enxaqueca desde os 12 anos de idade, e ler em tablets faz tudo doer...

4) Se o e-reader quebrar, você perde seus livros.

Falso! A Amazon cria uma "nuvem" de 5gb para você, e ainda possibilita uma sincronização com o aparelho android que você quiser. Por exemplo, eu tenho um tablet da motorola, e, graças ao aplicativo do Kindle, eu posso ler todos os livros do meu Kindle nele. Ele sincroniza com a minha nuvem e eu continuo a ler exatamente da página em que parei no e-reader.
Ou seja, se você deixar seu Kindle cair no chão e ele quebrar, não se preocupe, seus livros estarão seguros na nuvem.

( Por sinal, eu não acho que você vai conseguir quebrar seu Kindle tão fácil assim... Ele não tem uma estrutura interna complexa, cheia dos mimimis. Ele lê livros, entra na internet, organiza sua biblioteca, baixa livros e outras coisas do gênero, mas não passa disso. E quanto menos função tem um aparelho, mas resistente. 
Duvida? Pega um Nokia 3310 e um Iphone e taca os dois no chão. O que acontece? Veja na imagem ao lado.)

Agora, imagina que tragédia: Você passa um mês juntando dinheiro, pesquisando na internet, visitando sebos e livrarias para comprar aquele livro especial. Você encontra uma promoção incrível em uma loja, vai lá e compra! Que delícia! Ao sair da loja, você descobre que está chovendo. Tudo bem, você tem seu guarda-chuva! Quando chega em casa, louco para ler seu bebê, seu cachorro, em uma explosão de amor e felicidade, te derruba no chão, fazendo com que seu livro escorregue da sua mão e mergulhe em uma poça de água. Adeus livro, adeus felicidade, adeus vida. O melhor a fazer nesses casos é pular em um rio com uma pedra amarrada em uma corda presa ao seu pescoço.
Ou isso, ou comprar um Kindle!

Bônus: 5) Ebook não substitui o livro físico.

Olha, eu até entendo a paixão que as pessoas tem pelos livros. Eu também tenho esse amor, em escalas menores. O cheiro, o virar de páginas, o toque, enfim, essas coisas são muito agradáveis!
 Mas isso tudo é ignorado quando suas costas doem pelo peso que você sente ao carregar um livro de 2kgs na mochila. Uma Gramática Pedagógica do Português Brasileiro e um Guerra dos Tronos na bolsa já me arrebentam toda. Segundo o Estante Virtual, esses dois livros juntos pesam 2 quilos e 426 gramas! São dois quilos e meio! Some isso com um netbook, um caderno, estojo, estojinho de pasta de dente, garrafa d'água, filtro solar, um lanchinho e textos xerocados e você entenderá porquê o Kindle é tão amado por alguns universitários!

Além disso, livros grandes são difíceis de serem manuseados. Você precisa das duas mãos, o que dificulta ler em uma viagem, ou na cama, ou comendo ( se você for que nem eu que adora comer lendo. E vice-versa.) etc.
E o peso? Depois de meia hora lendo o Guerra dos Tronos, meus pulsos já pedem clemência, misericórdia, arrego e pinico!

Em compensação, o Kindle pesa menos de 200 gramas, tem menos de 1 centímetro de espessura e "aguenta" mais de 1000 livros. I rest my case.

Há quem diga que é melhor comprar um tablet e baixar um aplicativo leitor. Eu digo que não. Primeiro pela questão já citada do e-ink. Segundo porque tablets são mais pesados, maiores e possuem distrações demais. Imagina que lindo ler um Machadão de Assis com o facebook piscando, uma atualização de joguinho te cutucando, um email implorando pra ser checado! Não dá!

Eu acho, apesar de gostar do livro impresso por questões sentimentais e estéticas, que vale a pena apostar em um Kindle ( ou outro e-reader ), já que o livro digital supre inúmeras carências de seu primo de papel, tornando a leitura mais acessível e confortável.
Afinal, é isso que importa, não é? Poder ler mais, desfrutar mais, aprender mais, absorver mais, se divertir mais?
Como diria André Gardel, Literatura é gozo, e ponto final. E eu não vejo mal em sentir prazer com mais frequência.
=)

Beijos, abraços e gozos literários!

Netinha Querida

P.S.: Se vocês quiserem comprar um e-reader, mas estiverem em dúvida, o canal Capitu Já Leu? fez um comparativo entre o Kobo e o Kindle, e depois um Review do Kobo sozinho. Assina a gente, quero dizer, eles! hahaha

 Kobo X Kindle: Qual escolher? Parte 1
Kobo X Kindle: Qual escolher? Parte 2

sábado, 24 de novembro de 2012

o estado atual dos cursos de Letras

Ao contrário dos meus posts anteriores, hoje eu concordarei com minha amada avó.
(Para quem não lembra do que se trata este blog, já que eu praticamente o abandonei, leia o primeiro post: Ela odeia, eu discuto. :] )

Minha vó, na sua breve experiência acadêmica ( ou seja, nada além de acompanhar a formação em pedagogia de minha mãe ), já notou que tem muitas coisas erradas com o meu curso. Apesar de não entender muito bem do que se trata uma faculdade de Letras, ela sabe que é um curso de formação de professores, principalmente. Por isso, quando eu comento com ela que não temos coisas básicas, como latim ou grego, ela se espanta e pergunta:

"- Ué! E se um aluno te perguntar a origem de uma palavra, você faz o quê?"
Também gostaria de saber, vovó. Mesmo.

Neste post vou contar o que acontece no meu curso de Letras. Escolhi o título "o estado atual dos cursos de Letras" mesmo sabendo que esse post é totalmente direcionado a um curso específico. Mas, como eu sei que há muitos cursos que passam por esses e outros problemas, o título fica. 
Não vou dizer o nome dessa universidade por questões de...respeito (?). Vou chamá-la de UFY: Universidade Federal Y!

Olha, pensando bem, eu deveria era jogar tudo no ventilador!
Dizer até quem criou o curso e tudo o mais. Só não faço isso por três motivos: 1) É fácil descobrir o nome sem eu contar. Se você, querido leitor, quiser mesmo saber, é só colocar no google ou olhar nos posts anteriores; eu acho que já falei sobre minha faculdade neles. 2) Há muitos professores especiais nesse curso, e não quero que eles levem a culpa por estes deslizes que são cortesia de quem criou a Letras de lá. 3) Não quero ser acusada de querer destruir o curso. Aliás, se alguém pensar isso, por favor, queira ir abraçar um cacto! O que eu quero é que o curso melhore e cresça!


Prepare seus cafés ou energéticos, por que a lista de problemas é looonga...

Vamos à história do Curso de Letras da "UFY"!

Um belo dia, o professor X resolveu que estava na hora de criar um curso de letras na Universidade Federal Y. A iniciativa é fantástica, já que é muito estranho uma universidade federal não possuir um curso de letras. Pois bem. O curso foi criado. PORÉM,

1) Foi criado um curso dentro de um instituto de artes, e não de ciências humanas. Logo, o curso é 90% voltado para... artes. Literaturas de todo tipo, teatro, poesia... Isso é ruim? Não, é ótimo existir um curso que se preocupe com isso!! A quantidade de cursos por aí que ignoram as literaturas "marginais" ( no bom sentido, gente, pelo amor de deus. -.- ), contemporâneas, transgressoras etc, pra dar lugar às literaturas ""clássicas"" não está no gibi!

O problema está naquela porcentagem ali: um curso de letras não pode ser totalmente voltado para uma coisa e abandonar as outras! Explico:
- Nosso curso NÃO tem uma aula de Latim ou Grego sequer.
- Nosso curso possui DUAS disciplinas de linguística: Introdução à Linguística e Fundamentos da Linguística.
-Nosso curso possui CINCO disciplinas de língua portuguesa ( lembrando que a UFRJ tem OITO disciplinas desse tipo), sendo uma delas semântica formal, e não da língua portuguesa.
- Nosso curso possui QUATRO matérias relativas a ensino, duas já foram ofertadas, duas não. Das duas que foram ofertadas, uma delas é sobre ensino de Literatura, e é dividida em 5 tópicos: 4 de TEORIA LITERÁRIA e UMA de ensino, sendo utilizados para esse tópico, materiais de uso acadêmico, para formação de professores, e não para ensino fundamental ou médio. Em compensação, nós temos aulas de tudo quanto é tipo de literatura e poesia ( inclusive a, na minha humilde opinião, detestável e inútil poesia sonora.).
Isso tudo para formar editores, poetas, escritores etc.

Sacaram o problema principal? Não só há um """"""esquecimento""""" de que um curso de letras é formador de professores por excelência e que há uma licenciatura ali, como há o mesmo """""esquecimento""""" em relação à matérias fundamentais para qualquer curso de Letras!  ( E o """esquecimento""" em relação à formação de professores conseguiu atingir alguns alunos: em uma reunião entre os alunos feita uma semana antes da visita do MEC, uma aluna DA LICENCIATURA lançou a pérola "Ué, mas se você quer ser professor, vá para a Uerj ou para a UFRJ e saia da UFY!".)

2) Foi criado um curso com verba do REUNI ( Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais ). A prioridade do REUNI é criar novos cursos e estimular a formação dos professores, logo, já dá pra ver, com base no item 1) acima, que um dos objetivos do REUNI não está rolando.
Mas isso não é o pior. Foi investido uma grana pra criação desse curso, o prédio onde ele foi instalado foi/ está sendo reformado, tá ficando um brinco, com ar condicionado e tudo mais. Mas pergunta se tem uma biblioteca? Sério, NÃO HÁ BIBLIOTECA PARA O CURSO DE LETRAS DESSA UNIVERSIDADE!! Há uma biblioteca geral que tem um punhado de livros de outras matérias ( Teatro  principalmente) e alguns livros velhos e caquéticos de outros cursos ( Pedagogia, Turismo, por exemplo ) que se aplicam à Letras. Por exemplo, tem um Saussure que já ultrapassou a quarta idade, tem uma gramática do Celso Cunha e alguns livros de literatura e de teatro que, em sua maioria, não se aplicam à nossa grade. SÓ.

Quando questionamos o professor responsável pela "encomenda" dos livros, ele disse que a lista já foi enviada em 2010 e passou a bola pra biblioteca, que ainda não os comprou. Quando questionamos os bibliotecários, eles dizem que já compraram, mas que os livros não "desceram" por falta de funcionários ( eles chamam de "descer" o ato de colocar um livro à disposição pois o "estoque" da biblioteca fica no segundo andar ).

Aí você me diz "Poxa, Netinha, a culpa não é do seu curso, é do governo que não liberou verba para contratar bibliotecários".

E eu respondo: "É o cacete. Esta universidade possui um curso de biblioteconomia LOTADO de estagiários em potencial. E os funcionários da biblioteca tem tempo de sobra pra catalogar 300 livros, pelo amor de deus! Já se passaram 3 anos de curso, praticamente, dava para ter catalogado 100 por ano!E o professor X, que criou o curso, deveria ir lá e reclamar, afinal, seus alunos estão comprando os livros caros do próprio bolso! "
Devo comentar que eu mesma já fui na sala onde os livros estão? E que são, em sua grande maioria, livros de literatura, teoria literária, teatro etc? Não, né? Ok.

Os alunos, no início do curso, fizeram uma vaquinha para comprar um livro do Davi Arrigucci Jr - vaquinha esta que eu organizei - e doamos o livro pra biblioteca. Isso foi no final de 2010. O livro ainda não está disponível para consulta.


3) Foi criado um curso com verba do REUNI, como dito anteriormente. As salas foram reformadas, pintadas, compraram cadeirinhas novas, colocaram ar-condicionado. Só esqueceram de criar UMA SALA DE ESTUDOS! Sim, não há salas de estudos nessa universidade!!
Pra não ser injusta, há uma salinha de reuniões que é pequena, mas dá pro gasto. Cabe uma mesa redonda e outra com umas 7 ou 8 cadeiras. Dá pra uns 10 alunos estudarem ali.  A sala era bem ferradinha, as cadeiras tinham cupim a dar com pau, era quente e as tomadas não funcionavam.
...virou sala de descanso pros funcionários.

Nossa "sala de estudos"...
Um belo dia, o MEC disse "VAMOS AÍ AVALIAR O CURSO!" e foi a maior correria! Pinta daqui, ajeita dali, maqueia de lá! Correram para consertar essa sala como eu nunca vi! Colocaram cadeirinhas acolchoadas, pintaram, trocaram as tomadas, até ar-condicionado colocaram! O MEC veio, avaliou e foi embora. Sabe o que aconteceu alguns meses depois disso? A salinha de estudos virou vestiário dos pedreiros que estão reformando o prédio. Você pode ver isso nessas fotos que eu tirei. Além de carrinho de mão, botas e roupas sujas, tem sempre um pedreiro sem camisa lá. Eles almoçam, trocam de roupa, deixam seus pertences, guardam um ou outro material de obras... Enquanto isso, os alunos estudam na escada ou no chão do corredor. Dá para acreditar?
Não estou falando que eles não possam ter um lugar para essas atividades! É LÓGICO que eles tem que ter uma sala de descanso, almoço etc. Mas não a ÚNICA sala de estudos do campus!

Aí você me pergunta: "E a biblioteca geral que você falou? Por que não estuda lá?"
E eu respondo: "Por que os bibliotecários de lá acham normal falar alto dentro da biblioteca! Sim, eles acham! Eu perguntei um dia para um deles por quê há tanto barulho lá, e ela disse 'olha, não dá para ficar em silêncio aqui. A gente precisa conversar também!', como quem quer dizer 'Somos humanos, não animais'. Só que AQUILO É UMA BIBLIOTECA, GENTE! VOCÊS DEVERIAM SABER DISSO QUANDO FIZERAM O CURSO DE BIBLIOTECONOMIA: UMA BIBLIOTECA TEM QUE SER SILENCIOSA, PELO AMOR DE CRISTO!".

"""""modernização"""""
4) Como já disse, foi criado um curso com verba do REUNI blá blá blá, reformaram o prédio, blá blá blá, mas esqueceram de um detalhe muito importante: Acessibilidade! O chão do pátio é de paralelepípedos. Não há uma rampa. As aulas da letras são no quarto e quinto andares e o elevador está quase sempre quebrado. Tenho outra fotinho pra comprovar. Ela é antiga, já mudaram a empresa responsável pela manutenção, mas a melhora foi de 10% no máximo.
Não vou entrar muito nesse aspecto pois ele não diz respeito a um curso de Letras, mas sim a uma Universidade em si. Mas fica aqui a denúncia.


Esses são os problemas principais do curso de Letras da Universidade Federal Y, onde eu estudo. Gostaria de deixar bem claro que meu objetivo não é prejudicar a universidade, o curso de letras, os professores ou qualquer um envolvido. Pelo contrário, meu objetivo com essas denúncias é fazer as pessoas pensarem, é tentar plantar a semente incômoda da indignação na cabeça dos alunos de letras, para que possamos fazer algo e mudar esse quadro! Sei muito bem que esse tipo de coisa que acontece no meu curso acontece em vários outros, em menor ou maior escala. Por isso mesmo que nós, alunos, que temos que reclamar, se mover, xingar, falar uns palavrões, FAZER ALGUMA COISA.

O meu curso de letras tem um potencial gigantesco! É voltado para literatura, é noturno, fica em um lugar de ótimo acesso, tem professores ma-ra-vi-lho-sos, tem TUDO para ser um curso revolucionário de um jeito excelente!

Se alguém se mover mais, se alguém notar os erros, os problemas, os deslizes e tentar fazer alguma coisa, quem sabe nosso curso ( ou melhor, NOSSOS CURSOS pelo Brasil afora ) não consiga inflar o MEC de orgulho e faça com que ganhemos uma nota 5 de 5 - ao invés da fraca nota 3 que meu curso ganhou.


Beijos, abraços e esperanças de melhorias!

Netinha

P.S.: O professor Marcos Bagno, em sua página pessoal no Facebook, divulgou um texto super interessante, verdadeiro e deprimente sobre os cursos de letras no Brasil. Se quiser ler, clique aqui!

P.S.S: Esse post foi escrito de uma vez só, me perdoem por possíveis erros de digitação ou de qualquer coisa. Fiz questão de não revisar nada, por falta de coragem mesmo. Vai que me desse medo de ser jubilada e eu apagasse tudo?
NÃO ME PROCESSA QUE EU SOU POBRE! NEM ME JUBILA QUE EU QUERO ME FORMAR!
=)

UPDATE 01/12/2012:

Tirei essas fotos para mostrar que a sala continua ocupada. O jornal que aparece é do dia 30 de novembro, que foi o dia das fotos. Não dá para ver o ano, pois a Madonna está na frente, mas como ela não veio para cá no ano passado, esse jornal é de 2012. Qualquer dúvidas em relação à autenticidade do jornal, é só entrar no site www.destakjornal.com.br, e procurar a data desta edição.

Quanto à sala, podemos dizer que, peelo menos, estão trocando a porta por uma melhor, o que é ótimo! Mas não muda o fato de que a sala ainda é depósito de tranqueiras e vestiário de funcionários.
É só clicar nas fotos que elas aumentam, ok?


 
 




 

 











quarta-feira, 25 de julho de 2012

Minhas músicas: Shakira (Fixação Oral)

Bom dia, netinhos!

Como havia prometido, continuarei a série "Minha vó odeia minhas músicas", iniciada com a Sophia Somajo (que recentemente mudou seu nome para SoSo, como um querido netinho me lembrou), só que dessa vez, ao invés de falar sobre uma artista underground, falarei  sobre uma bem conhecida, a Shakira.

"Nhééé, vai falar o quê da Shakira, todo mundo conhece ela, todo mundo sabe que ela começou com Estoy Aqui, mas só fez sucesso com Whenever, Wherever, que ela cantou na copa do mundo de 2010, que ela não tem ossos e dança que nem uma cobra, que ela era morena e hoje é loira, waka waka êê?"

Nada disso. Irei falar sobre uma fase que, na minha opinião, foi a melhor de toda a carreira musical da Shakira, a fase pop-rock-misturão-de-qualidade.


Antes de balançar na pole dance que nem bandeira no mastro, ou sair largando patins pelas ruas e se chamando de loca, antes mesmo de Piqué surgir, ou do mundo cantar Waka Waka êê, houve uma Shakira que se preocupou tanto em gravar músicas de qualidade (não que tenha deixado de se preocupar) que chegou a compor dezenas e dezenas de músicas (60, para ser mais exata) para escolher apenas 20 e poucas, divididas em 2 cds, os melhores de toda a sua carreira: Fijación Oral Vol. 1 e Oral Fixation Vol. 2.

 Se você não gosta da Shakira Loca, Estoy Aqui, Rabiosa, Waka Waka, Whenever Wherever, e etc, sugiro que ouça qualquer um dos cds de sua fase "fixação oral". São muito diferentes do pop tosco de hoje em dia (Cof CofBritneyCof CofNickiMinajCof Cof, perdão, engasguei) e de qualquer outra fase da Shaki.

Vamos aos álbuns:
- Fijación Oral Vol 1
Primeiro Cd totalmente em espanhol da cantora desde 1998 (o último foi ¿Dónde están los ladrones?), Fijacion Oral conta com 10 músicas, todas em espanhol. As mais conhecidas são La Tortura e No, mas, na minha humilde opinião, as melhores são Escondite Inglés, que tem uma letra muito divertida ("escondite" é o pique-esconde deles, se não me engano) e Obtener un Si, uma música estilo bossa nova tão brasileira, mais tão brasileira, que tem até uma cuíca no fundo! Esse álbum é cheio de influências, tem uma pegada latina, estadosunidense de outro, um toque de rock, de pop, de brazuca, etc, etc...

- Oral Fixation vol. 2

Apesar do que muita gente pensa, esse álbum não tem as músicas do vol. 1 traduzidas pelo inglês.
Ok, tem The Day and The Time, versão de Dia Especial e Something, versão de Tus Pupilas (música muito gostosa de se ouvir, por sinal), mas as outras músicas são completamente diferentes. A música mais famosa desse volume é Don't Bother ( lembra do clipe, onde uma Shakira traída amassa o carro do ex dizendo "não se preocupe, eu nem vou chorar" e tocando uma guitarra rosinha?) e Hips Don't Lie.
Entre as 12 músicas, eu dou um mega ultra big destaque para  How Do You Do, onde Shakira questiona o quão culpado Deus deveria ser por ter pessoas morrendo por ele, e Costume Makes The Clown, que possui uma letra incrível sobre traição e coisas do gênero.


Infelizmente, não consegui encontrar muita coisa sobre o projeto Fixação Oral (nem mesmo no site dela, acreditem), mas eu me recordo de uma entrevista que Shakira concedeu à MTV na época do lançamento do projeto, em 2005. Ao que parece, quando começou a gravar as músicas (ou antes, não me lembro), ela se deu conta de que usava a boca para tudo, comer, cantar, conversar, enfim, era o seu maior instrumento de trabalho e de diversão. Então, nada mais justo que dar este nome tão Freudiano. Inclusive, como você pode ver, nas capas dos álbuns há crianças que aparentam estar na idade deste estágio de evolução proposto por Freud. Claro, é difícil notar qualquer coisa com a Shakira semi-nua, mas se você prestar bastante atenção, vai notar uma criança tentando alcançar uma maçã...

Concluindo, estes dois álbuns merecem a atenção de quem gosta de pop-rock de qualidade, não só pela variedade de estilos, mas também pelos incríveis e diversos arranjos e pelas letras.
Se você não gosta de Shakira porque pensa que ela é só dança do ventre e Loca Loca Loca, ouça pelo menos duas músicas; quem sabe você não se surpreende?


Beijos, abraços e wakawakas.
ê ê



segunda-feira, 11 de junho de 2012

Pessoas que falam 'errado' (1)

Olá, olá, queridos netinhos!

Você já deve ter ouvido falar de "My Fair Lady", um lindo músical de 1964 estrelado pela belíssima Audrey Hepburn, a eterna "bonequinha de luxo" e por Rex Harrison, não?
Caso não tenha, eu posso fazer um breve resumo:

Audrey interpreta Eliza Doolittle, uma mendiga que vende flores em Londres, e que por um acaso do destino é escolhida pelo professor bonitão de fonética Henry Higgins como "cobaia" para uma aposta feita entre ele e um amigo: ele deveria "consertar" a fala de qualquer pessoa 'bronca' de tal modo a inseri-la na sociedade e fazê-la passar como uma pessoa de classe.

O filme é adorável, e eu sugiro que você não deixe de ver a  transformação de Eliza, de simples florista a uma dama com pescoço de ganso (bom, o pescoção é de fábrica, ser ou não uma dama não interfere em seu comprimento).

O post de hoje tem muito a ver com esse filme, porém só discutiremos esse clássicão mais tarde.
Agora irei abordar um assunto que pode parecer bobagem a muitas pessoas, mas não é. Algo muito simples, mas ao mesmo tempo muito cruel e ultrapassado, o chamado Preconceito Linguístico.

"UQUÊÊÊ? Com tantos preconceitos horrorosos por aí, com tanto homossexual sendo espancado, com tantos negros sendo humilhados, com tantas mulheres sendo desvalorizadas você vem me falar de uma bobagem de preconceito contra gente ignorante que fala errado?"

Muitas pessoas, infelizmente, irão perguntar isso ao ler a minha pequena introdução acima. Para respondê-las, terei que pedir proteção aos meus santos, São Bagno, São Perini, Santa Stella Maris, entre outros, e respirar beeem fundo. Afinal, se você, meu querido leitor, pensar assim, vou ter um bom trabalho ao tentar te convencer do seu equívoco - se é que eu posso dizer isso desse modo...

Vamos lá:
Entende-se por preconceito linguístico qualquer tipo de julgamento depreciativo contra variedades linguísticas. Como sei que essa definição tem cara de "wikipedia", vou facilitar:

Sabe aquele seu colega de trabalho que fala "Eu tarra com uma fome ontem." ao invés de "eu estava com uma fome ontem", ou a amiga da sua mãe que diz que "precisa de comprar fraldas" ao invés de "precisa comprar fraldas" ou mesmo o porteiro do prédio onde você mora que te avisa que "chegou uns embrulho procê", engolindo um plural e juntando duas palavras em uma só? Quantas vezes você já os corrigiu, mentalmente ou verbalmente, quantas vezes já riu de um deles, ou já, no fundo, no fundo, se sentiu um pouquinho superior por não cometer tamanhos "erros de português?"  Ninguém, eu imagino, pode atirar a primeira pedra em relação a isso. Pelo menos uma vez com alguma pessoa você já se utilizou da trinca depreciativa do riso-correção-desprezo ao ver uma pessoa cometendo um "assassinato" ao português de tamanhas proporções: ou já zombou, ou já corrigiu, ou já desprezou.


Pois é. Todos nós já fizemos isso. E o pior, alegamos que isso é bom para a pessoa, afinal, estamos ensinando o português correto. Se a pessoa não sabe falar, alguém deve corrigí-la, não é?

NÃO! Por que essa história de que o português correto é um só não existe! Sabe por quê? 
Primeiramente por que não existe apenas um português, existem vários! O português que eu, Clara, 21 anos, nascida no Rio e criada em Brasília e em Minas Gerais, filha única de uma pedagoga, falo é completamente diferente do português de minha querida avó odiadora, 80 e tantos anos, nascida em Mosqueiro, filha de uma costureira semianalfabeta que deu a luz a outros 9 filhos, fala. A idade, o meio familiar, o local de criação, a condição financeira, o estudo, tudo isso "modifica" a língua, ou melhor dizendo, faz a mesma variar.

O que gramáticos turrões como Pasquale ou Ulisses defendem como "português correto", logo, único,  nada mais é do que o português das gramáticas normativas, aquelas gramáticas que usamos na escola, e que defendem que só existe um português correto, e que somente ele deve ser utilizado.

"Mas não é isso que é certo? Se você não segue o que a gramática diz, você está errada, não é? Você estará cometendo um grande erro de português."

NÃO!  Em segundo lugar, não existe "erro de português" na fala. Existe variação. A língua varia, muda com o passar do tempo. O que hoje é considerado erro, amanhã pode ser o "certo", sabia? Por isso não pode ser chamado assim. Se você disser que tudo que se transforma é errado, então é um absurdo a lagarta virar borboleta, o cupim virar içá e o patinho feio dos contos de fada virar um cisne bonito. O mesmo ocorre com a língua. A língua não é algo travado, fixado, imutável. Ela varia, se modifica ao longo dos anos.

Pensa comigo: Há muitos e muitos anos atrás, quando não existia "você", se usava o "Tu" e o pronome de tratamento Vossa Mercê. Esse pronome floreado e pomposo foi sofrendo mudanças fonéticas e se transformou em Voismicê ou Vosmicê , depois virou o conhecido Você. Esse pronome ( que, acredite se quiser, muitos gramáticos não consideram pronome pessoal de terceira pessoa que substitui, no caso, o pronome Tu, mas sim pronome de tratamento, igual Vossa Senhoria ou Vossa Santidade. ) hoje em dia faz parte da chamada norma culta, é normalmente utilizado, sem problemas, sem grilos e sem preconceitos. Qualquer pessoa usa o pronome, seja escolarizado, analfabeto, rico, pobre, novo, velho - salvo os que usam o pronome Tu, como uma boa parte dos paraenses, por exemplo. Fica ao gosto do freguês.

Mas você (opa, olha que lindo ele é, esse pronome!) acha que foi sempre assim? Que o Vossa Mercê virou Você e todo mundo achou lindo, ergueu suas taças e brindou a mudança? Lógico que não. Para o você ser aceito, rolou muito preconceito, muita briga. Mas se cristalizou, foi aceito. Entrou para o hall das Palavras Aceitas, e hoje bebe champagne com seus colegas da língua.

Outro caso de variação, descrito pelo mega-blaster-top de linha  linguísta Marcos Bagno entra-na-minha-casa-entra-na-minha-vida-me-adota em seu livro "Preconceito Linguístico" (referências no final do post), é a substituição do L por R em encontros consonantais, como em "ingrês" ou "praca". Muita gente adora dizer que isso é coisa de analfabeto, de pobre, de isso e daquilo, sem saber que, na verdade, esse processo de transformação fonética ocorreu diversas vezes na história da nossa amada lingua. Por exemplo, as palavras cravo, dobro, fraco, frouxo e prazer, vieram lindas e radiantes do latim clavu, duplu, flaccu, fluxu, placere, respectivamente. Notou a diferença?

Pois é, assim como houve essas variações, haverá outras. A língua é assim, ela muda. Se ela não mudasse, não falaríamos português-brasileiro, falaríamos Latim! Só para lembrar, nossa língua descende de uma 'vertente' do latim chamada de Latim Vulgar. Ou seja, latim do povão merrrmo, todo "errado". Mas virou português. Esse português pomposo que Pasquale e seus coleguinhas defendem, é tataraneto do latim do povão, do latim incorreto, inculto. Irônico, não?

Aproveitando que eu falei sobre gramáticos turrões, vamos conversar sobre algumas bobagens frases que eles e alguns jornalistas adoram falar por aí:

"Português- um idioma que, de tão maltratado no dia-a-dia dos brasileiros, precisa ser divulgado e explicado para os milhões que o tem como língua materna" - Pasquale Cipro Neto
"Sempre me perguntaram onde se fala o melhor português. Só pode ser em Portugal!" - Sérgio Nogueira Duarte
"É português estropiado que no Brasil se fala(...)" - Napoleão Mendes de Almeida (ARGH, ESSE CARA É DE ENLOUQUECER QUALQUER UM COM TANTO PRECONCEITO BURRALDINO!)

Nota-se que todos eles, assim como milhares e milhares de falantes da língua, acham que só se fala "bem" a língua portuguesa em...Portugal! Faz sentido, né? Português, Portugal...

NÃO!  Isso é um absurdo! O Brasil é um país sul-americano, Portugal é um país europeu. Tem um oceano de culturas, fronteiras, história, riquezas, costumes diversos separando os dois países...Aliás, tem um oceano de água mesmo, literalmente!
Nós só falamos "português" - e não "brasileiro" - por questões culturais, aquela velha história do-país-europeu-que-colonizou-outro-país-e-matou-e-desmatou-e-tirou-suas-riquezas-naturais-e-deixou-de-prêmio-de-consolação-uma-língua-e-uma-religião, conhece? Pois é.
Nossa língua (ou 'nossas línguas'?) nada mais é do que uma boa mistura de línguas indígenas, com um punhado de europeias (línguas de colonizadores, imigrantes, enfim...), várias xícara de chá de línguas africanas e uma boa dose de anos de evolução em território latino-americano. Tem como esperar, depois de conhecer essa receita tão comprida  que o português brasileiro possa ser igual ao português europeu? Não, não tem.  São duas línguas semelhantes, que possuem origens semelhantes, mas que se diferem em vários sentidos.

"Ah, então você vai me dizer que nossa língua é uma mistureba e que por isso pode ser um samba do criolo doido? Agora vale tudo, então? É isso que vocês defendem, que se danem as regras gramaticais?"

NÃO! Essa afirmação louca é a preferida de todos aqueles que acham que  linguístas, estudiosos da língua e de seus fenômenos, são, como dizia o "professor" Napoleão ( aquele que disse que se fala "português estropiado no Brasil ), "uns ociosos" que defendem a língua falada "por caminhoneiros, cozinheiras e etc". Ôôô, homenzinho detestável e preconceituoso!
Dizer que defendemos uma espécie de orgia linguística é distorcer todo o trabalho sociolinguístico de anos e anos. Não é essa a proposta!

 Como diria o linguísta Mário Perini,

"condenar uma construção ou uma palavra ocorrente como incorreta é mais ou menos como decretar que é "errado" que aconteçam terremotos ( não seria melhor que não acontecessem?). Mas eles acontecem, e um cientista não tem remédio senão reconhecer os fatos."

Ou seja, o linguísta está aqui para isso, para estudar, pesquisar, desenvolver pesquisas sobre, e, principalmente, aceitar esses fatos. Há diversas "línguas brasileiras", e se milhões e milhões de falantes consegue se comunicar, estabelecer contato com a sociedade através delas, quem são Pasquale, Napoleão ou Sacconi para dizer que eles não sabem falar corretamente?
Clica que aumenta. A voz do wikipedia é a voz de Deus.

(Ah, o mais engraçado nesses "defensores de um ultrapassado purismo gramatical" é que eles chegam ao ponto de procurar "erros" em clássicos da literatura, como Machado de Assis, Guimarães Rosa, etc. Hilário!)

Deu para entender? Não defendemos uma anarquia linguística, por assim dizer. Defendemos a extinção de um preconceito, de uma defesa da tese que diz que variações linguísticas não passam de erros grosseiros, assassinatos do português, indicador de status, nível social ou qualquer uma dessas besteiras.

Ah, sim, já ia me esquecendo!
Veja o filme legendado: http://youtu.be/Rg7a3iaMrCM
No começo do post eu falei sobre o filme My Fair Lady, lembra? Aquele com a linda Audrey e seu pescoção glorioso.

Como você deve saber (ou perceber, caso não tenha visto o filme), é lógico que o professor Higgins consegue transformá-la em uma dama, segundo os parâmetros da sociedade daquela época. Ela passa a falar "corretamente" e, linda do jeito que era, foi só ensinar uns trejeitos, colocar uns trapinhos chiques, umas jóias no pescoção e pronto!, ela virou uma bela lady.

Só que em determinado momento, professor e aluna brigam, e ela acaba voltando para as ruas. Não a Eliza florista, mas a bela dama Eliza, com roupas chiques e falar "culto". Seus amigos floristas, acostumados com a Eliza usando farrapos e falando igual a eles, não a reconhecem e neste momento ela parece se perguntar " E agora? Não pertenço à alta sociedade, mas também já não pertenço ao meu lugar de origem".
Pelo visto, quando a ensinou a língua considerada de prestígio, o professor não imaginou que iria lhe causar problemas, não é mesmo? Afinal, ela deixa a alta sociedade, onde se utiliza essa língua prestigiada e agora não tem para onde ir.
Trazendo essa questão para os dias atuais, podemos pensar em mais uma coisa que os gramáticos chatinhos adoram distorcer : A questão da adequação de determinada variante da língua ao contexto situacional.
Explico:  Mandar um "a gente foi traçar um hamburgão ali, porque bateu uma larica dos infernos" como resposta para uma pergunta de seu chefe pode causar um certo...constrangimento para os presentes na situação. Ou contar para sua sobrinha de 10 anos que os problemas em seu computador são causados pelo efeito da "magnetoimpedância gigante em objetos superparamagnéticos" (a escolha destes termos científicos foi completamente aleatória ;) ) vai soar...pedante! Isso acontece porque há situações e situações para se falar um palavrão cabeludo, uma gíria ou um termo científico erudito demais. A escolha da variante linguística x para a situação comunicacional y pode fazer uma grande diferença no resultado que o falante espera obter. Por isso, é importante que se conheça essas diferenças de contexto e as diversas variantes da língua, para que se possa relacioná-las de maneira coerente.
 Isso vale para professores, pais, filhos, tios, amigos, enfim, qualquer falante de língua.
Quem sabe esse não seja o primeiro passo para a extinção desse preconceito bobo e ultrapassado?
(Apesar de que, bem...o ideal era que se ensinasse isso nas escolas...mas aí já é assunto para outro post)



Para finalizar (ou resumir, relembrar, tietar um pouquinho o mestre), uma frase de Bagno que, na minha opinião, diz tudo:

"Ao contrário da Gramática Tradicional, que afirma que existe apenas uma forma certa de dizer as coisas, a Lingüística demonstra que todas as formas de expressão verbal têm organização gramatical, seguem regras e têm uma lógica lingüística perfeitamente demonstrável. Ou seja:
nada na língua é por acaso."

É isso, netinhos. Não vou me desculpar pelo longo post. Vou agradecer por você ter chegado até aqui.
Beijos, Abraços e livros da editora Parábola
(e da editora Contexto!)
=)


P.S.: Eu, como simples graduanda de Letras, não possuo bagagem suficiente para falar sobre tudo o que gostaria sobre preconceito linguístico. Mas posso indicar pessoas que possuem! Essa área enoorme chamada linguística, bem como suas "vertentes", como a sociolinguística, por exemplo, é fruto de pesquisa de muitos autores incríveis, como os já citados Marcos Bagno e Mário Perini, e outros como  Rosa Virgínia Mattos e Silva, Maria Cecília Mollica, Maria Luiza Braga, entre outros vááários!

Vamos às referências:

www.marcosbagno.com.br - nesse site você encontra diversos artigos do autor, bem como entrevistas, livros publicados e até mesmo uma carta à revista Veja interessantíssima.

BAGNO, Marcos, A língua de Eulália: novela sociolingüística. São Paulo: Contexto.
_______, Português ou brasileiro ? um convite à pesquisa. São Paulo: Parábola Editorial.
_______,O preconceito lingüístico: o que é, como se faz. 12a edição. São Paulo: Edições Loyola.
MATTOS E SILVA, Rosa Virgínia,O português são dois...: novas fronteiras, velhos problemas. São Paulo: Parábola Editorial.
MOLLICA, Maria Cecília & BRAGA, Maria Luiza (orgs.), Introdução à Sociolingüística: o tratamento da variação. São Paulo: Contexto.
PRETI, Dino. Sociolingüística: os níveis de fala. São Paulo: EDUSP,
TARALLO, Fernando, A pesquisa sociolingüística. São Paulo: Ática.






segunda-feira, 23 de abril de 2012

Veganos

Hello, Hello!

Hoje o tema é Veganismo.

Um dia desses, comentei com a minha avó que existem pessoas que não comem nada de origem animal (nada mesmo, carne, leite e seus derivados, ovos, mel, enfim.). Como boa preconceituosa que é, D. Maria fez aquela cara de paisagem, escondeu as sobrancelhas no cabelo e soltou um muxoxo de desprezo que eu consegui decodificar como "hunf, o que eles comem então?".

Minha avó, assim como uma boa porcentagem da população, não sabe quem são, o que fazem ou mesmo o que comem os Veganos.
(Confesso que eu mesma conheci o veganismo aos 20 anos, ao oferecer um salgado cheio de queijo e presunto para um amigo meu, Zontel, vegano praticante, inquisidor, teimoso e completamente adorável)

Mas, afinal, o que é o veganismo?

Veganismo é uma filosofia de vida motivada por convicções éticas com base nos direitos animais, que procura evitar exploração ou abuso dos mesmos, através do boicote a atividades e produtos considerados especistas. (Copiei do Wikipedia, admito.)

Mas, antes que você vista seus sapatinhos de preconceito e sua peruca de desprezo e saia por aí rindo dessas pessoas que não sabem o que, digamos, estão perdendo da vida, leia esse post até o fim.

Peço que os veganos que possam vir a ler este post (eu espero... *forever alone*) me perdoem por algum erro, e que puxem a minha orelha, para que eu corrija qualquer bobagem que eu possa escrever.
Lembrando que eu não sou vegana "praticante", sou vegana "simpatizante", ou seja, simpatizo com a ideia, mas ainda estou em processo de análise e busca de informações.

Vamos lá, então!

Já ouvi a pergunta "Uai, mas se eles não comem carne, não são vegetarianos?" WRONG! Vegetarianos e Veganos são parecidos, mas não são iguais. 
Em tese, vegetarianos não deveriam comer NADA de origem animal. 
Mas quem não conhece um vegetariano "saudável" que enche a cara de alface, pepino, soja, mas não dispensa um bom copo de leite ou uma coxinha de frango com catupiry?
É isso que normalmente irrita os veganos, a ideia de que frango e peixe não tem problema, é "carne branca", como se não sangrassem.
 Já ouvi veganos dizendo que usar camisetas com estampas como essa ao lado, com o desenho de uma vaca, mas beber o leite dela é o cúmulo da hipocrisia.

"Mas o que tem a ver o leite? A vaca por acaso é maltratada ao ser ordenhada?"
Os veganos defendem que sim. Há, sim, em alguns lugares, pessoas que cuidam bem de seu gado, de suas vaquinhas, de seus bezerros. Já ouvi falar de pecuaristas que colocam música ambiente para que suas vacas produzam mais leite por dia.
Porém, segundo os veganos, encontrar fazendeiros, pecuaristas, enfim, pessoas que fazem isso, é difícil. Como diria uma amiga vegana, Nina, a ideia de que todo fazendeiro é gentil e vai ordenhar a mimosa com suas próprias mãos, sentado num banquinho de madeira é muito conto-de-fadas. Estamos falando de máquinas, grandes, feias, sugadoras, que machucam, que não deixam a vaca descansar, que não deixam o bezerro se aproximar, enfim, que não são legais mesmo.

A querida cantora P!nk, que eu adoro desde pequena, e que também é vegana (mesmo), fez um clipe muito incrível para a música Raise your Glass, onde o papel do dominado é invertido: mulheres são presas a estas máquinas sugadoras de leite e são forçadas a dar de beber a um bezerro. No mesmo clipe, a cantora também troca o papel do touro e do toureiro, sendo que este é quem leva as estocadas crueis que seriam dirigidas ao pobre animal. 


Pedacinho do clipe Raise Your Glass
Vamos fingir que todos nós (eu, que escrevo, e você, que lê) somos mulheres e mães. Que temos filhos lindos e peitões cheios de leite. Agora vamos imaginar que, durante 8 ou mais horas por dia, alguém leve seu filho e fique sugando seu leite sem parar. Você vai sentir falta dele, não vai? Tanto do seu filho quanto do leite, que deveria ser dele, e não de outra pessoa, certo? Pois é. É esse um dos pontos que os veganos defendem, os sentimentos dos animais.
Nesse ponto eu não sei se concordo muito. Quero dizer, eu sei que o instinto materno é comum para quase todos os animais, mas até que ponto o amor materno não é uma invenção humana? Bom, não entrarei nesse mérito. Estou tentando não me posicionar muito, pois sou muito indecisa quanto ao veganismo.

Ah, sim, não comentei que, normalmente, os bezerros viram vitela, comentei? Sabe? A carne? Pois é. Isso é tão horrível quanto matar bebês focas para fazer casacos de peles. Qual é a diferença do bebê foca para o bebê boi?

Agora vamos para outro assunto. Ovos. Porque os veganos não comem ovos?
Pelo mesmo motivo pela qual não tomam leite. A quantidade de galinhas sacrificadas por motivos banais ( não é boa botadeira, seus ovos são pequenos, seus pintinhos nasceram com defeito, etc, etc) é incrível. Eu mesma já li uma reportagem quando era criança sobre mini-abatedouros de pintinhos. Sim, pintinhos. Nasceu sem uma patinha? Quebrou a asinha? Veio de uma ninhada não planejada? A Lua não está em Sagitário? Joga fora. Na verdade, nem joga fora, coloca na trituradora.
(Desculpe, não poderei colocar fontes dessa reportagem porque na época que eu soube disso, os Mamonas Assassinas ainda cantavam "já me passaram a mão na bunda e ainda não comi ninguém". A loong, loooong time ago.)

Sabendo disso tudo, há de se compreender porque não há revoltas veganas que pedem fiscalização de abatedouros e empresas do ramo, mas sim há tentativas de boicotes:  Alimentar financeiramente uma indústria que trata estes animais como objetos descartáveis, com ou sem fiscalização, é o mesmo que pedir carteirinha de sócio-majoritário do clube dos HOP ( Hipócrita e Omisso Profissional ).

Aííí, alguém me pergunta: "Mas se você defende tanto este 'estilo de vida', porque você não é vegana praticante?"

Primeiramente, eu não defendo "tanto" o veganismo. Eu conheço, aprecio, mas não consigo ser radical assim. Não digo por motivos alimentícios ("amo bacon" ou "não vivo sem picanha"), por que há opções Cruelty Free para os amantes de bacon, chocolate, leite, etc. Digo "radical", por que conheço veganos que são muito bitolados e que chegam a discriminar e brigar com quem é onívoro ou ovo-lacto-vegetariano ( o nome já diz tudo, né? Os vegetarianos que bebem leite e comem ovos ), então não sei se estou disposta a entrar para um movimento que, para alguns, mais parece uma religião.
Outro motivo para eu não me tornar vegana é o que eles chamam de especismo. Eu amo cachorros. Mas como vacas. Então pra eles, eu sou um monstro perverso. Isso se chama especismo, é você amar uma espécie, mas não amar/ fazer mal a outra. Eu até entendo o que querem dizer, mas não acho que sou uma pessoa má por amar cachorros e não guaxinis ou escorpiões, ou comer carne. E já levei puxão de orelha de veganos por proclamar meu amor por cachorros, mas adorar leite!
Claro, não vamos generalizar, não é a maioria vegana que é assim! Aliás, os veganos normalmente são muito legais (pessoas que amam animais tendem a ter bom coração, não é lógico?). Só que o extremismo que é o movimento vegan não me agrada muito.


MAAAAS, isso não significa que sou omissa! E você também deveria fazer alguma coisa, mesmo se não tiver interesse no veganismo. Coisas pequenas mesmo, comece por baixo.
Ligar para um SAC de alguma empresa de produtos de origem animal para perguntar sobre suas condições já é um ótimo começo!
Se você quer ser vegetariana ou vegana, mas não sabe por onde começar, eu sugiro que comece pensando em você. Critique o que você come, não o que sua mãe, sua neta, seu amigo comem. Vá com calma, não tente enfiar seus ideais pela goela abaixo dos outros.

Minha dica é começar trocando o leite de vaca pelo leite de soja, ainda mais agora que o AdeS tem toda a cacetada de coisas que precisamos e que, teoricamente, só tem no leite de vaca. Se você não gosta do sabor (eu adoro!), tem as opções com banana, maçã, morango, uva, cereais com mel, etc... Tudo para não ter muitas desculpas!
(É uma pena que, apesar de sermos putas produtores de soja, nosso querido Brasil-sil-sil ainda é careiro no hora de vender alguns produtos feitos de soja... O jeito é procurar outras marcas, mas eu realmente acho AdeS o mais gostoso!)


A linha Naturis da Batavo também  é show de bola. Tem várias cositas gostositas e não é tão cara (vai por mim, eu sou mão-de-vaca pacas.). Tem bebidas "lácteas" (tipo iogurtinho de garrafinha), flan, creminhos de soja com pedaços de frutas...Tem até esse "danette vegano" da foto, que é gostosão de verdade!

Sabe um produto que é incrível e não é feito nem com leite nem com ovos? O Chocooky! Sabe? Aqueles cookies da Nabisco que são vendidos nas Americanas 3 pacotes por R$ 11,00? Pois é, são Cruelty-free! Barras de chocolate meio-amargo também são produtos veganos!

Enfim, opções não faltam. Ser vegano (ou ser vegetariano) pode até ser complicado para alguns, mas não é impossível. Salada é mais barato que picanha, chocolate amargo é mais saudável que ao leite, carne de soja é menos cruel do que carne de boi, porco, enfim... A questão toda é fazer a SUA escolha, e não se decidir pelos outros. Onívoro, ovo-lacto-vegetariano, pseudo-vegetariano, vegano, cada um escolheu ser assim, e não é com violência verbal que vamos mudar os ideais de cada um.

Ser ou não ser, eis a questão.
O poder é de vocês.

Beijos, abraços e Skinnys de presunto!
Skiny também é vegano!












Mais informações sobre o veganismo: http://vista-se.com.br/redesocial/

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Reciclagem e Decoração

Oláá, netinhos!

O tema de hoje é Decoração Simples. Porém, não é um tema que minha vó odeia.
Sim, eu sei que o blog se chama "Minha vó odeia...".

Propaganda enganosa no "Minha vó odeia..."!
Espera, deixa eu explicar!!

Esse post não é totalmente fora de contexto... Afinal, de certo modo, minha vó odeia reciclagem.
Ela gosta de tudo novo, limpo, chique, classudo. Esse negócio de pegar uma coisa velha e transformar em outra nova, para ela, é o mesmo que virar catadora de lixo.

Porém, devo confessar, ela não odeia qualquer tipo de reciclagem. D. Lúcia adooooooora quando as amigas dela quebram utensílios que possam ser consertados. Ela leva tudinho pra casa e conserta que é uma beleza. Só para vocês terem uma ideia, em sua casa há 3 tvs, 3 aparelhos de som e 3 ventiladores, sendo que ela só pagou por um de cada desses, o resto é tudo velharia consertada!
Como ela não odeia todo tipo de reciclagem, peço que me perdoem pela quase-propaganda-enganosa.

"O que te motivou, então, a fazer um post que não tem quase nada a ver com sua avó?"
Eu respondo:
"Estava eu, no doce frescor de uma tarde de domingo, procurando por algumas dicas de decoração na rede mundial de computadores e eis que, quando menos esperava, fui agraciada por diversos sites e blogs com imagens supimpas de decorações faça-você-mesmo-com-objetos-inusitados. Na mesma hora, fui arrebatada por um forte e intenso sentimento de compartilhação (iiiiirc! Isso é porque eu faço Letras!), e decidi, então, criar um post só com estas imagens tão ricas em criatividade e beleza..."

Basicamente é isso! Encontrei dicas ótimas, achei incrível e resolvi compartilhar! Não é um bom motivo?
E qual é o problema em quebrar umas regras, de vez em quando?

Vamos ao que interessa: As Imagens!

Primeiramente, os LPs!
Todo mundo tem um disco de vinil velho em casa. Se não tem, todo mundo conhece um sebo/brechó/camelô que venda discos obsoletos tipo "Desfile das Campeãs Carnaval 1965" por valores irrisórios.


O que nem todo mundo sabe é que o bom e velho bolachão pode virar um artigo de decoração tãããão original!




<- Você pode encapá-los com tecidos e usá-los como uma espécie de quadros. Não dá trabalho, não sai caro e o resultado é lindíssimo!

Só precisa de um disco de vinil (R$ 1,00 em brechós), cola quente (o refil custa R$0,70 centavos. A pistola eu não tenho a menor ideia.) e meio metro de tecido.

Aliás, nem precisa de meio metro, o disco é bem menor que isso. Só que a metragem mínima vendida em casas de tecido é essa, infelizmente.
Se não quiser ficar com tecido sobrando, procure por confecções ou casas de tecido mesmo, que vendam retalhos. Sai mais barato ainda.
Eu testei e aprovei!!

A segunda dica é um pouco mais trabalhosa, e nem tão colorida, mas dá um efeito muito legal em uma sala mais formal. ->

São mais ou menos 60 discos pintados de branco e amarrados uns aos outros.
Com uma furadeira você faz os quatro furos e depois prende onde quiser! Simples!

Ok, não é tão simples assim. Aliás, eu nem testei se a furadeira não vai estraçalhar o disco antes...

Mas resultado é bonito de olhar!
Bom... Pelo menos na foto...

Não testei, mas aprovei!

<-A terceira dica segue a mesma linha da primeira:
Um disco de vinil encapado com tecido e grudado na parede.

A diferença é que o lindo artesão criador dessa fofura colocou bolsinhos!

É válido para guardar controles, carregadores de celular, maquiagem, chaves, enfim, o que der na telha.

Não testei, mas aprovei!
Essa dica não é nada simples. Aliás, é quase impossível, e eu não tenho a menor ideia de como fazer isso aí.
Mas achei tão lindo, que postei na esperança de que uma alma caridosa descubra e me avise! ->

São uns 30, 40 discos empilhados servindo de luminária. Lindo, um arraso! Mas eu não tenho a menor ideia de como fazer um furo tão grande em um vinil sem...despedaçá-lo!
Não testei (infelizmente), mas aprovei!!

A quinta dica é molezinha e fica um charme: Um porta-qualquer-coisa feito de vinil derretido!

<- Fazer um desses é facílimo: Basta colocar no forno, em cima de uma forma de bolo redonda e ficar de olho. Quando começar a amolecer, retire com cuidado e coloque dentro da forma, para ficar mais bonitinho e redondinho.
Esse vídeo explica melhor do que eu:
http://www.youtube.com/watch?v=EZvGotUOq9M

Há quem prefira derreter com água quente. É válido, mas eu não gostei muito. Me queimei que foi uma beleza.

Ah, mais uma dica: Se você conseguir apertá-lo mais um pouco, ele vira um porta-canetas que nem esse aqui ao lado. ->

Use o mesmo processo da forma de bolo, só que com algo mais fino. Uma lata de biscoitos de natal, uma leiteira, algo assim.
Use luvas. Não faça que nem a anta que vos escreve.

Eu testei, me queimei, quebrei o disco, testei, testei, testei (sou um desastre, eu sei), e aprovei!!
<- A última dica - relativa a discos de vinil - é esse relógio tipo Salvador Dali.

Também é simples: Ou coloque ele na água fervendo (é mais difícil, mas é mais rápido) ou no forno mesmo e, enquanto estiver molinho, ponha um peso em cima de metade dele.
Depois encaixe a parte de trás do relógio e voilà!
( No final do post eu vou colocar os links dos blogs de onde tirei isso. Boa parte deles tem um passo a passo.)

Chega de vinil, né? Chega!
Apresento-lhes este porta-revistas (ou porta-livros, dependendo do peso do livro...) feito com elásticos pregados na parede! ->
Também é super barato! O metro do elástico é baratinho, os pregos também. É só pregar cada ponta na parede e pendurar as revistas.

Ah, o ideal é queimar as pontinhas do elástico com um esqueiro, só para não desfiar.

Não testei, mas aprovei!
<- Este aqui é um porta-livros ou porta-agendas, tanto faz.

Feito com uma placa de madeira, arame colorido, tecido, e biscuit (bom, o biscuit é opcional, só se você quiser aquelas pequenas mãos agarrando os livros...)

O passo-a-passo estará no fim do post!

Não testei, mas aprovei!

<- Sabe aquelas caixas de feira? Aquelas de madeira, sem graça ou charme? Se você tiver uma boa lixa e uma boa dose de paciência e criatividade, elas viram uma estante super gracinha.
Mas tem que lixar muito! Esse tipo de madeira tem uns pedaços de madeira terroristas que tentam constantemente entrar na sua mão, nas partes mais frágeis. Ou embaixo da unha. Dói horrores.

E, caso você seja super machão, ou seja uma mulher que não gosta de cores cheias de frescuras, você pode deixar sem tinta, ou envernizar, igual essa foto aqui embaixo. Fica tão legal quanto.


Voltando aos livros, temos essa prateleira, aqui embaixo, feita de... livros!

O esquema é o seguinte: Na foto abaixo, a prateleira é embutida. Mas como sabemos que é caro, trabalhoso e chato colocar esse tipo de prateleira, podemos apelar para a boa e velha mão francesa.
<- O ideal é pegar livros de capa duríssima ( a dica é procurar em sebos por dicionários antigos ou livros de direito do século passado; normalmente os livreiros são loucos pra tacar estes no lixo, qualquer valor que você dê por eles é válido. ) e aparafusar a capa de trás ( como chama mesmo essa capa? Contra-capa? Bah...!) em uma plaquinha de madeira do mesmo tamanho do livro. Prenda a mão francesa nesta plaquinha de madeira (pode ser um compensado vagabundo mesmo, não há necessidade de madeiras nobres e afrescalhadas) e depois aparafusa na parede.
Se quiser, antes disso tudo, passar uma colinha na lateral do livro, nas folhas aparentes, é válido.

Esse é um dos meus preferidos! ->
Primeiro porque é lindo. Segundo porque é facílimo! É só colocar um preguinho na parede e pendurar aqueles cabides que toda avó tem e pronto!, você tem porta-retratos fantásticos!

Serve também como porta-matéria-de-faculdade, porta-bilhetes, porta-fotos-antigas, enfim, porta-o-que-der-na-telha.

Eu, particularmente, gostei muito da ideia de um porta-matéria-de-faculdade...
Eu testei e aprovei!


Encerro por aqui meu post, imaginando se fiz bem em fazer um post contrário a proposta do blog...Será que eu deveria ter feito? Será que não? Será que perderei seguidores? Será que ganharei? Será que meu sonho influi? Será que meu plano é bom? Será que é no tom? Será que ele se conclui? Será que ela evolui?
Tenho que pegar, tenho que pegar, tenho que pegar....
(Argh, Cássia Eller, tira suas músicas da minha cabeça!! Não aguento mais cantar "Gatas Extraordinárias"!)


Beijos, abraços e fruteiras de vinil!


---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Boa parte dessas imagens vieram de sites ou blogs de decoração ou de reciclagem. Se você quiser saber mais sobre o assunto, ou quiser mais dicas, clica nestes links:

Relógio Lp-Salvador Dali - http://pt.wikihow.com/Fazer-um-Rel%C3%B3gio-no-Estilo-Salvador-Dali
Suporte de livros (Mãozinha de Biscuit) - http://comunidade.bemsimples.com/casa/w/casa/como-fazer-um-suporte-de-livros.aspx
Estante feita de livros - http://cacareco.net/2009/02/16/banco-feito-de-jornal/ (não possui passo-a-passo)
Outros usos para LPs - http://home-boxer.blogspot.com/2009/05/novos-usos-para-velhas-coisas-discos-de.html (possui um passo-a-passo de como amolecer os discos)
Site Reciclar e Decorar -http://www.reciclaredecorar.com/
Site Recicla e Decora - http://reciclaedecora.com/ ( apesar de possuírem nomes quase iguais, os sites são diversos, confie em mim!)
Site Simples Decoração - http://www.simplesdecoracao.com.br/2009/07/artesanato-e-reciclagem-2/
Blog Cantinho Doce da Malu - http://cantinhodocedamalu.blogspot.com/2010/01/decoracao-e-reciclagem.html

Encontrou uma imagem do seu blog/site aqui, mas sem créditos devidos? Briga comigo nos comentários que eu resolvo! =)